Quantos frutos, quantos ventos, quantos mastros 
de grandes odisseias? Quanto sofrimento
(ou quanto necessário atrevimento) num só grito?
Quanto de aparente força é só miragem, 
só ânfora de vazio?
Quanto de excremento e lume
num céu de calma e mito?
Quanto do destino é um bojudo cofre
pejado só de medo? Quanto consumido sonho
no queimante vinho?
Quantas vidas em ti próprio?
Quantas côdeas e fermentos – perdidas
manchas a alastrar por esse mundo?
Quanto tempo? 
- Não afirmes, não te apresses, 
não respondas, 
enquanto não souberes fazer perguntas.
João Rui de Sousa, Enquanto a noite, a Folhagem, Tertúlia, 1991, P. 94.
 
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