quarta-feira, 1 de maio de 2013

Diatribe contra a riqueza, na peça Agamémnon de Ésquilo


(...)
Aquele que afirmasse:

“Quando os seres humanos espezinham todo o respeito
pelo que se deve reconhecer intocável,
os deuses não lhes são solícitos: eles não se dignam!”,
esse homem é um ímpio!

Fanfarronadas inauditas engendram o desastre,
logo que fumega o orgulho ilegitimamente,
que as Casas regurgitam um fausto exorbitante!
A justa medida é o bem supremo:

Possa ter um destino
que o ponha ao abrigo dos sofrimentos
aquele que tem por quinhão a sabedoria da alma –
e possa contentar-se com isso!

- Tão farto quanto estiver de riquezas,
elas não são uma proteção
para o homem que, com um pontapé,
derrubou e aboliu
o altar imenso da justiça.

Cf. “O Coro”, vv. 368-386, in Agamémnon de Ésquilo  

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