sábado, 12 de outubro de 2013

Jean-Luc Godard: quando o cinema e a filosofia se abraçam



Liberté et Patrie” (Liberdade e Pátria) é o título de uma curta-metragem que Godard realizou para a Exposição Nacional Suíça, em 2002. A extrema beleza das imagens constrói-se tendo como referente a pintura de Aimé Pache, (pintor suíço do cantão de Vaud, cujo brasão ostenta as palavras que dão o título ao filme), que é exibida em alternância com imagens reais do país. Como pano de fundo, ouve-se uma música de extrema beleza, que vem sublimar o efeito estético do olhar, pontuada pelo diálogo filosófico a duas vozes que pensam o estatuto da representação como interpretação da realidade e narram o percurso do pintor no âmbito da história em que viveu.
Assim, as imagens visuais e sonoras que impressionam a sensibilidade, e que são já em si mesmas pensamento perceptual, são retomadas no plano do discurso abstrato como materialidade significante de uma significação imanente, conceptual.
Este corpo a corpo do cinema que se faz filosofia e da filosofia que se sensorializa no cinema, é uma excelente proposta para pensarmos o que é cada uma destas artes, que só podem viver unidas numa relação material de geminalidade, em que cada uma converge na afirmação da beleza e do pensamento. Em convite à fruição do melhor cinema e à incursão na procura filosófica.
Pode ler-se aqui uma artigo sobre este tópico, pondo em diálogo Deleuze e Godard:

A Pedagogia da Imagem: Deleuze, Godard – ou como produzir um ...

Eis o filme, legendado em inglês:

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