domingo, 6 de outubro de 2013

O filme de Madonna "Secret Project Revolution: contra a vilência institucionalizada



Madonna, no dia 24 de Setembro último, fez o lançamento no espaço mediático de  uma curta-metragem intitulada “Secret Project Revolution”, em parceria com o fotógrafo Steven Klein. Trata-se de uma obra de denúncia das várias formas de violência existentes, que violam os direitos humanos: a morte, a pobreza, a exclusão social, são algumas consequências.
Os poderes dominantes (os mercados financeiros, os Estados) são postos em xeque. E o medo, que se instala nas consciências como efeito, é um aliado dos opressores. Por isso, em seu lugar deve pôr-se a coragem.
O  espaço prisional, onde decorre a encenação, é uma sinédoque prodigiosa deste estado do mundo, marcado pelo delírio securitário, que valoriza a segurança em detrimento da liberdade, que potencia a esquizofrenia social do cada um cuida de si, na indiferença alérgica ao outro homem.
E estes aspetos da nossa desordem coletiva e existencial são a consequência da homogeneização e da racionalização do espaço e do esvaziamento do espaço público nas grandes metrópoles. A causa de tudo isto temos de buscá-la no modo como a nossa civilização se organizou no espaço, a partir da configuração que estrutura a sua relação à natureza e a cada um dos homens. Como se sabe, o modelo económico em que se baseiam as sociedades ocidentais, nomeadamente, ocupa uma posição dominante em toda a estrutura social, nele residindo uma causa objetiva dos males referidos.
A “Revolução do amor” é a proposta de Madonna para um mundo diferente. Se pensarmos que “revolução” significa o ato de descrever uma volta completa em torno de um eixo fixo, vemos como as inércias e as resistências da ordem existente tornam difícil tal mudança. Mas está em cada um, onde reside “um poder messiânico fraco”, o poder de trabalhar para que tal seja possível. Como diz este pensamento de Sartre, que surge no fim do filme: “a liberdade é o que tu fazes com o que te foi dado.”

Eis aqui o filme.

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