domingo, 17 de junho de 2012

A ciência como denúncia


A entidade norte-americana que apova a comercialização dos medicamentos e alimentos  (a FDA , Food and Drug Administation), incluíu na sua lista,  em 1974, o aspartame (aditivo usado na conservação dos produtos alimentares), reafirmando a sua segurança como elemento não carcinogénico numa nota, datada de 20 de abril de 2007, respondendo às evidências em contrário referenciadas pela ERF (European Ramazzini Foundation of Oncology and Environmental Sciences) (Cf. artigo) .
Foi este mais um episódio de uma controvérsia que se arrastou desde o início da aprovação do produto, que opôs a ciência (psiquiatras, biólogos, toxicologistas) aos interesses instalados das empresas multinacionais ligadas à produção alimentar, que contaram com a conivência das autoridades sanitárias dos principais países.
Com efeito, constata-se a existência de uma ligação orgânica entre os dirigentes da FDA  e a indústria química ligada à produção da aspartame (cf. June 17, 2012, The Huffington  Post, artigo de Robbie Gennet, Donald Rumsfeld and the Strange History of Aspartame, comprova o lugar cimeiro que Rumsfeld teve na construção e controlo da teia de ocultação).
Por outro lado, as conclusões que afirmam a segurança do aditivo resultam todas de laboratórios que são financiadas por quem encomenda o trabalho, distorcendo a verdade da pesquisa.
É um triste e trágico exemplo que comprova a necessidade de criação de laboratórios independentes dos interesses instalados, que permita encontrar a verdade e divulgá-la pela opinião pública, de modo a que a decisão das autoridades sanitárias seja transparente e sirva o interesse dos cidadãos.

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