segunda-feira, 18 de junho de 2012

Índice de Enriquecimento Inclusivo (IWI)



A ONU lançou neste domingo, dia 17 de Junho, na conferência Rio+20 um novo índice mundial para medir a riqueza das nações, que soma o capital económico, natural e humano, e mostra que a imensa maioria dos países vive acima de seus meios ambientais.O Índice de Enriquecimento Inclusivo (IWI na sigla em inglês) é uma espécie de PIB verde destinado a refletir melhor a riqueza real dos países e a sua capacidade futura de crescimento, ao levar em consideração a disponibilidade dos recursos naturais e a educação de suas populações, entre outros fatores.
Por quanto tempo pode crescer um país se avançar apenas economicamente e perder os seus recursos naturais, ou não investir o suficiente na sua sociedade? - perguntam-se os seus criadores.
O novo indicador apresentado pela ONU atende ao objetivo número um da conferência sobre desenvolvimento sustentável: obter um acordo mundial para uma transição em direção a uma "economia verde" que preserve os recursos naturais e erradique a pobreza.
"A Rio+20 é uma oportunidade para abandonar o PIB como medida de prosperidade no século XXI", segundo o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.
A ONU apresentou um primeiro panorama nada animador do IWI mundial em 2012, para 20 países, que inclui as maiores economias emergentes e industrializadas e países em desenvolvimentos, durante um período que vai de 1990 a 2008.
Das 20 nações contempladas, 19 mostraram um forte esgotamento dos recursos naturais, sobretudo as potências emergentes e a maior economia do mundo, os Estados Unidos. Só o Japão se salvou, sendo o único que registrou avanços em seus recursos naturais.
No período estudado, o PIB do Brasil cresceu 34%, mas o seu capital natural retrocedeu 25%.
A China, a economia que mais cresce no mundo, avançou 422%  no seu PIB, mas o seu capital natural caiu 17%.
E os Estados Unidos, com um aumento de 37% do PIB nesses anos, viu cair em 20% o seu capital natural.
Levando-se em consideração os três aspectos - PIB, capital natural e humano-- dos 20 países contemplados no estudo, 14 registaram um índice de riqueza inclusivo per capita (IWI) positivo, embora só a China tenha crescido mais de 2%.

Este diagnóstico dá que pensar. Seria de esperar um compromisso internacional que o enfrentasse. O que não é expectável, dada a orientação que tem vindo a ser seguida pelos dirigentes dos países mais avançados em matéria de crescimento económico. Se a isso somarmos as alterações climáticas, ausentes nesta cimeira, julgamos que a beleza da ideia avançada pode esbarrar, para a desgraça de todos, com a indiferença e a sobranceria dos que se julgam donos do mundo.

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