sábado, 6 de julho de 2013

Sátira aos que buscam as terras da utopia – “Os Jumblies” - : poema de Edward Lear (1812-1888)


Ilustrador e poeta, contemporâneo de Lewis Carroll, usou o humor como arma de crítica social, desmontando os delírios de grandeza imperial que toldavam a vida inglesa ao tempo do reinado da Rainha Vitória.
A palavra do título ao poema - “The Jumblies” -  é uma criação verbal, um neologismo, que lhe dá uma significação universal, susceptível de atualização para todos os contextos em que aquele delírio se manifeste.
Sendo embora muito conhecido no espaço anglófono, mas pouco divulgado no nosso, justifica-se que repare aqui este olvido.  
Respigo as seguintes passagens para melhor se entender o poema:

“Eles foram para o mar, numa Peneira; eles foram;
Numa Peneira eles foram para o mar:
Apesar do que  todos os seus amigos pudessem dizer,
Numa manhã de Inverno, num dia tempestuoso,
Numa Peneira eles foram para o mar.
(…)
Distantes e poucas, distantes e poucas,
São as terras onde os Jumblies vivem;
As suas cabeças são verdes, as suas mãos são azuis,
E eles foram para o mar numa Peneira.
(…)
E em vinte anos todos regressaram,
Em vinte anos ou mais,(…)
E beberam a sua saúde, e deram-lhe uma festa
De sonhos doces feitos de lindo fermento;
E cada um disse, “Se apenas tivéssemos vivido,
Também teríamos ido ao mar numa Peneira, -
Para as montanhas de Chanlly Bore!”
Distantes e poucas, distantes e poucas,
São as terras onde os Jumblies vivem;
As suas cabeças são verdes, as suas mãos são azuis,
E eles foram para o mar numa Peneira."
(Edward Lear, "The Jumblies", in Nonsense Songs,  Stories, Botany and Alphabets, 1871)

Apresento agora um vídeo com a canção musicada do poema: 


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