O Suplemento
“Dinheiro Vivo” do DN, de 24 de Novembro último, traz o artigo “FMI dá exemplo
do Luxemburgo na reforma do Estado social da Europa”, da autoria de Luis Reis
Ribeiro.
Este
conselho do FMI levou-me a colher alguns indicadores de modo a entender mais um
pouco sobre o assunto:
1º: O Luxemburgo tem o mais elevado PIB
per capita: 2,5 vezes acima da média da União Europeia
2º: as despesas de proteção social em
2010 foram 2 vezes mais elevadas do que a média europeia;
3º : é o país da EU com o mais elevado
nível de consumo efetivo individual.
Se
compararmos o valor do nosso PIB e das nossas despesas sociais com a média da
EU, que conclusões podemos tirar?
4º: indicador
(significativo para as famílias): o abono de família com escalonamento no
Luxemburgo (a partir de 1 de Setembro de 2012):
- 1 filho:
185, 60 Euros (mensais);
- 2 filhos: 440, 72 Euros;
- 2 filhos: 440, 72 Euros;
- 3 filhos: 802, 74Euros;
- 4 filhos: 1164, 56Euros;
- 4 filhos: 1164, 56Euros;
- 5 filhos: 1528, 38Euros.
É esta a situação em Portugal:
É esta a situação em Portugal:
* Deve referir-se
que no Luxemburgo o montante dos abonos de família não é modulado em função do
rendimento das famílias nem se encontra plafonado, ao contrário do que acontece
em Portugal.
Comparemos
agora a distribuição dos abonos de família em alguns Estados da UE, de acordo
com dados de 2005 do Eurostat:
A percentagem do PIB em 2005 por país era a
seguinte:
- Alemanha: ………………………………………………….2,3%
do PIB;
- Aústria: ……………………………………………………2,2% do PIB;
-
Luxemburgo: ……………………………………………....2, 0% do
PIB
- Portugal:…………………………………………………… 0,5% do PIB
As despesas com abonos de família por habitante, expressas pelo standard do poder de compra:
Despesa por Habitante (em
SPA)
-
Alemanha: …………………………......................593,4
Euros
- Aústria: ………………………………….....................629,6 Euros
-
Luxemburgo: …………………………........................1188,5 Euros
-
Portugal: ……………………………….........................79, 3 Euros
Basta
que se atente nestes dados muito parcelares (se fôssemos para outros, só se confirmaria a mesma discrepância!) para vermos o Estado Social que temos em comparação
com o que corre pelo Luxemburgo e por outros países da União Europeia.
Então,
cumpramos o conselho do FMI, só temos todos ganhar (nós e as gerações futuras) com tomar o Luxemburgo como referência, não para reduzir o nosso - isso talvez eles possam fazer - mas para reforçar o nosso para que as disparidades diminuam..
Também neste domínio social não queremos ser os Cafres da Europa. Nem ter de demandar as paragens do Grão Ducado como o El
Dorado onde a nossa sede de justiça social se faça cumprir!
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